Na VI Feira do Livro do Colégio Gabriel Taborin, tivemos a oportunidade de receber o autor Caio Riter, que com grande simpatia e humor conversou e respondeu perguntas dos alunos. Tivemos acesso a algumas de suas obras que foram estudadas pelas turmas desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental I.
Aqui algumas das obras que certamente quem ler irá gostar e recomendar:
Desde o começo do ano, meu colega realiza um projeto com poemas para crianças na escola onde trabalhamos. O Prof. Josué ensina a cada semana poemas de fácil memorização, sempre fazendo uma leitura "crítica" sobre eles. É impressionante como as crianças, desde os mais pequenos da educação infantil até mesmo os alunos de 4ª séries se deixam levar pela impressionante magia dos poemas. Minha filha de 6 anos, recentemente ganhou um diário como estimulação às suas primeiras escritas, e, advinhem só? Na capa escreveu um poema que o Professor Josué ensinou.
Lá vai:
A noite foi embora, lá do fundo do quintal esqueceu a lua cheia Pendurada no varal.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas.
Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.
Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.
Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até
com os parentes tortos.E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina,
tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda
a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.
Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...
Há algum tempo atrás trabalhei esse poema com uma turma de Pré escolar, eles ouviram por diversas vezes e depois de fazermos uma breve reflexão, ilustraram o poema. os resultados foram ótimos e podem ser conferidos em meu antigo blog: Poema para Sandra e Pedro.
Um poema para Sandra e Pedro - Gabriel O Pensador
Preto, branco
Branco, preto
Preto no branco
Branco no preto
Beijo, abraço
Abraço beijo
Beijo e abraço, abraço e beijo
Beijo e abraço e beijo
E o verde da esperança?
E o azul da cor do céu?
Ou azul da cor do mar
Porque o céu pode mudar
Fica azul quando tá sol
Fica cinza quando chove
Ou fica branco, bem branquinho.
Prarecendo de algodão
Também fica meio roxo, ou laranja, ou lilás
Quando o Sol tá indo embora e tá querendo ficar mais
Quando o Sol tá indo embora e tá querendo ficar mais
Aos pouquinhos vou postar algumas atividades realizadas com as minhas turmas. Falta bastante coisa a ser atualizada, mas conto com as ideias e a colaboração das visitas que aparecerem por aqui.